Saudações:

Em homenagem e reverência profunda à minha Mestra de Ordenação e Treinamento, Venerável Shingetsu Coen Osho.
Que seu Corpo-Dharma, seja como um diamante inquebrantável.
Que tenha próspera longevidade e saúde ilimitada.
Que nenhum mal a atinja.
Que todos os seus esforços sejam recompensados.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Parte 5



O mestre Aikun sempre perguntava:
Quem é Kannon...
E ele mesmo respondia:
Kannon é aquela observa os sons do mundo.
Quais são esses sons...
É o som da vida.

Esse som é o acorde melodioso de uma pequena flauta, o sussurro das montanhas, a algaravia dos micos pulando na árvore da minha casa, é o falatório repetitivo e esganiçado do papagaio da vizinha que grita sempre que estamos em zazen. É a voz do mundo.

A compreensão do sutra nos direciona a nos transformamos em kannon, nos ajuda a alterarmos nossos valores morais, a deixarmos de perceber o mundo através de nossos pontos de vista egoístas, mas sim através da compaixão desinteressada.

Esse espírito de compaixão por todos os seres surge durante a recitação do Sutra. No início recitamos com a boca, depois com o corpo todo, mais tarde com o espírito. A verdadeira recitação só é alcançada quando o fazemos com o corpo, com a mente e com o espírito, sem desejar nada em troca.

A parte final do Sutra do Coração é assim:
“Gya-te Gya-te
Ha-ra gya-tei
Ha-ra so gya-te
Bo-ji- sowa-ka“

Vamos (tendo ido), Vamos (tendo ido), Todos juntos, mais além, para a outra margem, para a margem da iluminação (Nirvana).
O Sutra do Coração nos convida a irmos para a outra margem a da iluminação, o Sutra de Kannon, diz que devemos fazê-lo, mas junto com todos os seres. Pois é impossível ser feliz sozinho.
Mas como ajudar a todos a irem para a outra margem...
Mergulhando no mundo secular, no mundo real, no mundo maculado, no mundo das aflições e desesperanças. Esta é a verdadeira significação de kanzeon Bosatsu.
Aquela que vê, que ouve, que percebe o sofrimento do mundo e, compreendendo suas raízes, atua para salvar a todos. O sutra explica como fazer isso.
O sutra do Coração fala de sabedoria.
O sutra de kannon de compaixão.
A compaixão sem a sabedoria é ineficaz, falta-lhe força.
A sabedoria sem a compaixão é inútil, direciona a mais sofrimento.

Não percam a parte 6.


segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Sutra de Kanzeon - Parte 4



Existe uma cidade no Siri Lanka chamada de Potaraka que significa Porto de Avalokitesvara (Kanzeon).
Tradicionalmente é dito que Kanzeon se manifesta nesse mundo através de 33 aspectos, neste mister, é importante ressaltar que no budismo, o número 33 representa o infinito, querendo dizer que kanzeon pode adquirir um número infinito de manifestações em sua missão de salvar todas as existências.
Kanzeon se situa além do mundo humano. Seu poder e sua compaixão abarcam todo o universo.
Kanzeon pode tomar a forma de um homem ou de uma mulher, de uma criança ou de um animal. Como é o amor universal que move o universo, kanzeon se manifesta como for preciso a fim de ajudar a quem precisa. Há quem diga que Maria, mãe de Jesus foi uma de suas manifestações, mas isso é conversa para outro dia.
Eihei Dogen, o Ancestral Maior de nossa tradição escreveu:
“A cor da montanha,
O som do vale,
São a voz e a manifestação
De Budha Shakyamuni”.
A dificuldade de entendimento surge quando tentamos enquadrar Kanzeon em nossas categorias de entendimento pessoais. Se olharmos com mais atenção o poema de Dogen, perceberemos que ele não limita a sua fé, declara que tudo é Natureza-Budha. Dogen Zenji tinha grande fé em Kanzeon, quando o templo Eiheiji foi construído, já existia nessa montanha um templo em homenagem a Kanzeon, que ele ia visitar regularmente.
Na nossa tradição Kanzeon é um Bodisatva muito importante, tanto que o mestre Kodo Sawaki dizia: “Minha fé é dirigida a Kanzeon”.

O mantra de kanzeon é: Namu kanzeon Bosatsu – “Namu” significa crer, venerar, respeitar completamente. Nos países asiáticos todos professam grande devoção a kanzeon e, muitas são as histórias que falam de seu poder maravilhoso.
Eis aqui uma delas:
Na época da revolução de Mao, um homem chamado Jogi muito ajudou o imperador, por causa disso acabou sendo detido pelos revolucionários Suas mãos, pés e cabelos foram amarrados em uma pequena árvore. Foi torturado e condenado à morte. Tomado de grandes dores, certo de que iria ser executado, passou a recitar o mantra de Kanzeon, da qual era devoto. Namu kanzeon Bosatsu, assim o fez durante horas. Algum tempo depois, cansado, dormiu. Teve um sonho em que um monge aparecia e lhe dizia para acordar, pois esse momento era muito importante para ele. Despertou de imediato e, percebeu que todos os guardas dormiam, também não sentia nenhuma dor provocada pela tortura e as cordas que o estavam aprisionado estavam soltas. Fugiu e não foi recapturado.
Os poderes de kanzeon são infinitos.
Outra história:
Numa certa cidade do Japão existe uma imagem de Kanzeon segurando uma cesta cheia de peixe. Essa imagem se refere a uma história antiga.
Conta-se que uma bela jovem, saia todas as manhãs para o mercado vender os peixes que seu pai pescava. Todos os jovens da cidade eram fascinados por sua grande beleza e educação.
Muitos já lhe haviam proposto casamento, mas ela sempre recusava a todos. Até que um dia, lhe disse que só se casaria com aquele que conseguisse recitar completamente o Kannon Gyo (sutra de Kanzeon).
Todos os jovens da cidade, aprenderam a recitar o sutra, porém somente aquele que o recitou com mais fé foi o escolhido. O casamento foi um dos acontecimentos mais importantes da cidade, com tudo que tem direito, festa, música e dança.
Assim que acabaram as homenagens, o noivo ao entrar no quarto do casal encontrou morta sua esposa. Sua tristeza foi imensa. Os anciãos da cidade disseram que a jovem era seguramente uma manifestação de kanzeon, que aparecera para divulgar o Sutra.
Seu corpo foi cremado e construíram uma estupa para lhe prestar homenagens. Essa estupa, mais tarde se converteu no Templo Asakusa Kannon em Tókio.


     Templo Asakusa Kannon



sábado, 26 de novembro de 2011

Parte 3
Muito bem! Vamos ao Sutra.
Como parte da prática da Tradição Soto Zen, regularmente recito esse sutra, mas nunca me detive a fim de estudá-lo minuciosa e detalhadamente, apesar de nutrir por ele grande afinidade.

Então vamos lá.
Budha Sakyamuni foi um personagem histórico real, Kanzeon (Avalokitesvara) não foi (é). Esse Bodisatva é manifestação da enorme compaixão do Budha para todos os seres. É a personificação de seu incondicional amor universal por todos, conforme iremos constatar ao longo do nosso estudo.

Outro sutra que recito diariamente é o Sutra do Coração da Grande Sabedoria Completa (Maka Hanya Haramita Shingyo). Ele começa com as palavras Kanji Zai Bo Satsu Gyo, que significa numa tradução livre “O Bodisatva da Verdadeira Compreensão e Compaixão”, aquele que compreende tudo, que percebe tudo, que vê a raiz do sofrimento de todos os seres, que escuta os lamentos do mundo. Este Bodisatva é kanzeon, ou Kannon, como é comumente chamado no Japão.

Separando os radicais da palavra Kanzeon.
Kan - Observar profundamente, ver a raiz, o essencial, ter uma visão ampla.
Ze - O mundo, a vida, os fenômenos.
On - O som, a voz.
Kanzeon é aquele ou aquela, que observa profundamente os sons do mundo, que sente os sofrimentos de todos os seres, que compreende a raiz profunda desses sofrimentos e utiliza seu poder transcendental para ajudar a todos que sofrem.

O Sutra de Kanzeon e o Sutra do Coração são muito populares e bastante apreciados no Japão.
No meu entendimento o Sutra do Coração e o Sutra de Kanzeon são complementares, um inclui e completa o outro.
O Sutra do Coração fala de sabedoria, partindo da experiência de iluminação, trata do princípio da vacuidade, da noção de KU (sunyata), do vazio inerente a todas as coisas e da possibilidade de transcendermos os sofrimentos com o entendimento dessa máxima.

O mundo fenomenal como o conhecemos não possui uma existência real, são ilusões, verdadeiros conjuntos e agregações de inúmeras coisas, que enquanto seguindo certa ordem assim se manifestam, logo depois se transformando, mudando e se adequando as novas reuniões físicas e mentais.

O Sutra do Coração deixa claro, sem que reste a menor sombra de dúvida de que não existe estabilidade em nada, ou como o próprio Sutra prefere dizer, tudo é vazio e esse vazio possibilita o surgimento de todas as coisas.

Já o Sutra de Kanzeon, parte do pressuposto que aquele que o recita já entendeu o princípio do vazio inerente a todas as coisas, deste modo, passa a falar do amor incondicional e da compaixão ilimitada que o Budha nutre por todos os seres. 
Kanzeon em suas representações físicas (imagens, desenhos, pinturas etc.) sempre aparece demonstrando grande doçura, ao contrário, por exemplo, do Bodisatva Manjuris, que é representado sentado em cima de um leão, ou do Fudo Myo que possui um aspecto carrancudo e terrível, sempre segurando uma espada que utiliza para combater os detratores do Dharma.
A escola Soto Zen tem o Bodisatva Kanzeon como uma figura essencial em seu panteão de Budhas e Bodisatvas.
Fala-se muito de Bodisatvas, vamos ver o que quer dizer a separação dos kanjis dessa palavra.
Bodhi: Aquele que despertou, mas continua entre nós com o objetivo de ajudar a todos.
Satva: Vivente.
Bodisatva: Um Budha vivo, aquele que permanece no estado de perfeita iluminação, aquele que observa e compreende o sofrimento de todos os seres e atua no mundo em prol da libertação de todos.

Não percam a parte 4. 

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Parte 2


O SUTRA DA GRANDE COMPAIXÃO DE KANZEON BODISATVA.
(Poema do Portal Universal de Kanzeon Bodisatva).

Parte 2.

Muito bem, mas como abandonar o pensamento dualístico e permanecer no aqui-e-agora? Como manter a mente vazia de conceituações, dualizações e desejos? Como manter a Mente Una. A receita é... Quando estiver fazendo alguma coisa, apenas faça. Não pense sobre uma coisa enquanto estiver fazendo coisa. Apenas faça!

Na mente “apenas-faça”, dentro e fora se tornam “um”.Abandonando a sua mente-dual, as energias opostas são eliminadas, e a causa primária desaparece como a água que deixada por um longo tempo ao sol, evapora por si mesma. Pensamento dualístico cria Karma. Karma bloqueia o sol. Logo, a água da sua causa primária não pode evaporar rapidamente.

Muito tempo atrás, na Coréia, havia um monge chamado Sok Du, que significa “cabeça-empedrada”. Ele era um monge meio idiota, porém muito determinado. Um dia, Sok Du perguntou ao abade Zen: “O que é o Budha?”
O abade Zen respondeu: “juk shin shi bul”, que significa: “Budha é a mente”. Sok Du não escutou direito o que o abade disse. Ele pensou ter escutado: “jip shin shi bul”, que significa: “Budha é sapatos de grama”. Ele nunca duvidou da resposta, nunca verificou se o que ele tinha escutado era aquilo mesmo ou não. Sok Du apenas mantinha essa resposta na mente com determinação no meio de todas as suas atividades, estivesse ele sentado, de pé, comendo ou trabalhando.

Então, certo dia, enquanto carregava lenha, escorregou numa pedra. A madeira saltou das suas mãos, suas sandálias de palha voaram para o ar, enquanto ele dava uma cambalhota e se estatelava no chão. Quando as sandálias, que voaram alto, caíram, o fizeram com as solas viradas para cima bem na sua frente. Ao ver isso, naquele exato instante, Sok Du alcançou a iluminação. As sandálias viradas, sua mente e todo o universo se tornaram completamente “um”. Naquele ponto, ele viu a sua verdadeira natureza. “Uau! Disse ele, Budha é sapatos de grama!”
Voltou correndo para o templo, gritando, “Mestre! Mestre! Agora eu entendo Budha!”
“Oh? Então me diga o que você entende sobre o Budha.”
Sok Du pegou seus sapatos de grama e bateu com eles na cabeça.
“Só isso?” O mestre Zen perguntou.
“Meus sapatos de grama estão rasgados!” disse Sok Du.
O mestre deu uma grande gargalhada e falou:
“Ah, Maravilhoso! Agora você realmente entendeu o que o Budha!”
Esta é uma estória muito interessante sobre como possuir a Mente Una. Apenas siga praticando mantendo uma Grande Questão em sua mente, e logo tudo ficará claro para você. É muito fácil! A coisa mais importante é quando você estiver fazendo alguma coisa, apenas faça, mas, faça com o corpo inteiro.

Esse é o cerne do Sutra do Lótus da lei Maravilhosa.
Não percam a parte 3.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Poema do Portal Universal de Kanzeon Bodisatva - Parte 1



SADDHARMA PUNDARIKA SUTRA (SUTRA DE LÓTUS DA LEI MARAVILHOSA)
CAPÍTULO XXV
O SUTRA DA GRANDE COMPAIXÃO DE KANZEON BODISATVA.
(Poema do Portal Universal de Kanzeon Bodisatva).

Em homenagem a minha mestra de ordenação e ensinamentos – Monja Coen.

Parte 1.
Introdução:
O Saddharma Pundarika Sutra (em português - Sutra de Lótus da Lei Maravilhosa, em chinês - Miào Falián Huájīng, em japones - MyōhōRenge kyō) é um extenso texto composto de vinte e oito capítulos, é tido como um dos sutras mais populares e influentes do budismo mahayana.

Algumas tradições o consideram a transmissão mais importante do Budha Sakyamuni. Faz parte do cânone de muitas linhagens budistas e é o sutra fundamental das escolas japonesas Tendai e Nichiren. Sua importância é tal que algumas escolas budistas o utilizam como única referência em sua prática devocional, como a escola Nichiren Shu.

O sutra Já foi traduzido por centenas de estudiosos, de todas as traduções, a considerada mais precisa é uma versão de sete rolos escrita por Kunarajiva no ano de 406.

Na tradição Soto Zen Shu recita-se tradicionalmente os capítulos dezesseis (Poema da Longevidade do Tathagata) e o vinte e cinco (Poema do Portal Universal de Kanzeon Bodisatva).

O que vamos estudar aqui é o Poema do Portal Universal de Kanzeon Bodisatva.

Ao longo da história do budismo, um grande número de sutras budistas tem chegado ao nosso conhecimento. Essa extensa quantidade de sutras deve-se ao fato do Budha ter ministrado seus ensinamentos durante 45 anos, tendo efetuado, segundo declaram, oitenta e quatro mil ensinamentos.

Os sutras são a forma escrita das várias palestras, ensinamentos, conversas e detalhes da vida e obra do Budha Sakyamuni, eles abordam desde a forma de como devemos nos portar em sociedade até uma explicação minuciosa sobre a cosmologia do mundo, passando detalhada e minuciosamente por seus aspectos doutrinários, revelando assim uma filosofia completa de vida.

O Sutra de Lótus, devido a uma combinação de amplitude e detalhes, disserta sobre o potencial infinito da vida através de parábolas e descrições de acontecimentos surpreendentes e nos ensina como alcançar a mente de completa quietude (mente “una” ou mente original).

Essa mente “una” ou mente original, não é algo que se alcança, a possuímos desde sempre. Todavia, no surgimento de um único pensamento dualístico, ela se perde. Enquanto você lê esse texto e segue algum pensamento que esvoaça através da sua mente, o texto e você se tornam separados. Porém, quando interrompe essa distração e mergulha dentro das palavras, você e o que está escrito passam a ser um só. Quando aquele que lê e o texto se tornam um só, a pessoa e o mundo também se tornam unos. Quando você deixa de ser você e o mundo deixa de ser ele, ambos passam a ser “um” só – essa é a mente “una”.

O Sutra do Lótus nos mostra como é essa mente “una”.Ele também ensina que aquele que perceber completamente essa natureza se tornará um Budha.
Esta é uma linha muito interessante. O sutra não diz que você vai conseguir a iluminação em alguma “outra” vida, outra vida não é exatamente a próxima vida. Isto é só uma distinção que vem do fato de se usar palavras para descrever algo além das palavras. Não há nenhum lugar para nos tornarmos Budhas além de agora mesmo, aqui, neste exato momento. Isto não vai acontecer em nenhum outro lugar, em um outro tempo ou em outra vida. Um discípulo do Budha vive completamente o momento, essa é sua prática. Por estar aqui e exatamente agora, então, “próxima vida” significa este momento.
Você só tem este momento - próxima vida não existe. No momento da experiência, você já é Budha. Esta verdade é inestimável. Alcançar a mente “una” não é fácil nem difícil. No Zen não praticamos para nos tornarmos Budhas, quando praticamos já somos Budhas. Significa simplesmente que enquanto estivermos (a pessoa e o mundo) juntos e misturados, não há dentro ou fora, nem sujeito nem objeto. Neste momento, sujeito e objeto - BUM ! São um. Apenas faça e você já é um Buda.

Não percam a parte 2.

domingo, 20 de novembro de 2011

O Samurai e o mestre zen.


Certo dia um Samurai, que era um guerreiro muito orgulhoso, veio ver um Mestre Zen.
Embora fosse muito famoso, belo e habilidoso, ao olhar o Mestre, o Samurai sentiu-se inferior.

Ele então disse ao Mestre:- "Por que estou me sentindo inferior? Apenas um momento atrás, tudo estava bem. Quando entrei aqui, subitamente me senti inferior e jamais me senti assim antes. Já encarei a morte muitas vezes, mas nunca experimentei isso algum. Por que estou assustado agora?"

O Mestre falou:- "Espere. Quando todos tiverem partido, eu te respondo."Durante todo o dia, pessoas chegavam para ver e serem orientados pelo Mestre. O Samurai ia ficando cada vez mais irritado e cansado de esperar.

Ao anoitecer, quando o templo ficou vazio, o Samurai perguntou novamente:

- "Agora o senhor pode me responder por que me sinto inferior?"


O Mestre o levou para fora. Era uma noite de lua cheia e a lua estava justamente surgindo no horizonte.
Ele disse:- "Olhe para estas duas árvores: a árvore alta e a árvore pequena ao seu lado. Ambas estiveram juntas ao lado de minha janela durante anos e anos nunca houve problema algum.


A árvore menor jamais disse à maior: 'Por que me sinto inferior diante de você?' A árvore maior também nunca se sentiu superior a meno.


Esta árvore é pequena e aquela é grande - este é o fato, e nunca ouvi sussurro ou comentário algum sobre isso."

O Samurai então argumentou:- "Isto acontece porque elas não podem se comparar."

E o Mestre replicou:- "Então não precisa me perguntar. Você sabe a resposta.


Quando você não compara, toda a inferioridade e superioridade desaparecem.


Você é o que é e simplesmente existe.


Um pequeno arbusto ou uma grande e alta árvore, não importa, você é você mesmo.


Uma folhinha da relva é tão necessária quanto a maior das estrelas.


O canto de um pássaro é tão necessário quanto qualquer Bhuda, pois o mundo será menos rico se este canto desaparecer.


Simplesmente olhe à sua volta. Tudo é necessário e tudo se encaixa.


É uma unidade orgânica: ninguém é mais alto ou mais baixo, ninguém é superior ou inferior. Cada um é incomparavelmente único.


Você é necessário e basta.


Na Natureza, tamanho não é diferença.


Tudo é expressão igual de vida!

terça-feira, 8 de novembro de 2011

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domingo, 6 de novembro de 2011

Quem vive em delusão se apega a tudo


 O eu é responsável pelas sessenta e duas opiniões pessoais.

Assim, quando começarem a surgir muitas opiniões próprias, apenas faça zazen tranquilamente e as observe aparecendo.
No que estão baseadas, tanto dentro como fora de você?
Seu corpo, pelos e pele vieram de seus pais. Entretanto, as duas gotas de seus pais, vermelha e branca, são vazias, desde o princípio até o final dos tempos.
Aqui não há um eu permanente.
O que dizer da mente, pensamento, compreensão e conhecimento?
O que, em última instância, são o inalar e o exalar?
O que amarra uma vida, o que é tudo isto afinal de contas?
Nenhuma parte é o eu.
Como ficar apegada a qualquer uma delas?
Não há nada a se apegar.
A pessoa que vive em delusão se apega a todas as coisas.

A pessoa Desperta se liberta de todo e qualquer apego.

("Gakudo Yojinshu" de Mestre Dogen Zenji)

Postado por Evandro Seido no faceboock