Saudações:

Em homenagem e reverência profunda à minha Mestra de Ordenação e Treinamento, Venerável Shingetsu Coen Osho.
Que seu Corpo-Dharma, seja como um diamante inquebrantável.
Que tenha próspera longevidade e saúde ilimitada.
Que nenhum mal a atinja.
Que todos os seus esforços sejam recompensados.

domingo, 28 de agosto de 2011

Zen Budismo - História e desenvolvimento.

O termo japonês Zen (em chinês Ch'an) é a forma abreviada de Zenna, derivado do chinês Ch'an-na, que por sua vez vem de Dhyana (meditação em sânscrito). Em coreano, é chamado de Soen; em vietnamita, chama-se Thìên.

O buddhismo Zen é baseado na idéia de que, já que todos os seres sencientes têm uma natureza búddhica, para atingir a iluminação é apenas necessário descobrir este buddha interior. Enganam-se porém, as pessoas que muitas vezes acreditam que este "descobrimento" da natureza búddhica interior pode ser atingido sem trabalho. A prática Zen real é muito disciplinada e muitos anos de estudo devem necessariamente preceder a liberação "súbita" na verdade.

Apesar de para os menos avisados, parecer o contrário, o Zen, como todas as escolas do buddhismo, tem uma base racional. Não depende nem da fé nem de dogmas petrificados, mas somente da experiência direta e da observação sem preconceito. Como uma escola buddhista, contudo, o Zen tem seu alicerce nos insights comuns a todas as outras linhagens. Essa base comum repousa na experiência. Isto é, naquela área onde a ciência e o misticismo se encontram. A única diferença entre esse dois campos de experiência é que a verdade da ciência  sendo dirigida aos objetos externos  pode ser provada de maneira "objetiva", ou melhor, demonstrada, enquanto o misticismo, dirigido ao sujeito, pertence à experiência "subjetiva". O Zen, como todas as escolas buddhistas, se mantém à parte das opiniões pré-concebidas, dogmas e artigos de fé, juntamente com tudo que normalmente recebe o nome de "religião".

A Origem do Zen

Segundo a história tradicional, a primeira transmissão mente a mente (ou coração a coração) ocorreu na Índia, durante uma palestra de Buddha a uma grande assembléia na montanha Gridhrakuta, que reunia mais de mil e duzentos discípulos.

O Buddha Shakyamuni, com um sorriso inspirador em sua face, elevou o braço, segurando apenas uma flor de lótus dourada. Neste momento, houve um silêncio total.

Nenhum dos discípulos arriscou-se a dar nenhuma interpretação e, durante esse longo momento de impasse, seu discípulo Mahakashyapa (famoso por sua extrema sisudez) respondeu-lhe com outro sorriso misterioso. Ninguém da assembléia entendeu o sentido e significado do feito de Buddha e, mais tarde, ele anunciou que o mais profundo Dharma da verdade tinha sido transmitido ao discípulo Mahakashyapa.

O Desenvolvimento

Desde então, durante vinte e oito gerações (quase mil anos), ocorreu essa transmissão de "mente a mente". Até que Bodhidharma (em jap. Bodai Daruma, 470-543), um patriarca indiano, levasse essa tradição à China, durante a dinastia Han.

Em 527, o patriarca fundou a escola de Dhyana dentro do templo Shao-lin, como uma escola diferenciada do buddhismo e que veio a se consolidar mais tarde. A palavra Dhyana foi traduzida para o chinês como Ch'an-na ou abreviadamente Ch'an (Zen, em japonês), que é o estado que propicia quietude da mente, desapego em relação à nossa preocupação e às necessidades imediatas. O Ch'an se desenvolveu rapidamente na China, tornando-se, dentro do buddhismo, um ramo independente do pensamento filosófico, tendo exercido influência nas artes, na cultura e nos costumes chineses.

Seu enfoque está na compreensão imediata, no despertar interior, transpondo toda barreira lógica dualista e as regras impostas pelo padrão religioso e cultural. As sutilezas da poesia e da pintura chinesa carregam exatamente o brilho do Zen.

O Chan (Zen) chega ao Japão

Durante o período Kamakura (1185-1333), o buddhismo Ch'an foi introduzido no Japão, onde passaria a ser chamado de buddhismo Zen. Em 1191, o monge japonês Myôsan Eisai (ou Yôsai, Zenko Kokushi, 1141-1215) levou a linhagem Lin-chi da China para o Japão, onde passou a ser chamada de Rinzai. Em 1227, outro monge japonês, Eihei Dôgen (ou Shôhyô Daishi, 1200-1253) levou a linhagem chinesa Ts'ao-tung, que passou a se chamar Soto em japonês.

A linhagem Rinzai tornou-se popular entre os samurais, shôguns e aristocratas, influenciando o código de honra dos guerreiros ou Bushido. Atualmente ela possui nove subdivisões e conta com aproximadamente 7 mil templos e monastérios. Já a escola Soto, foi difundida principalmente entre os camponeses graças ao trabalho do monge japonês Keizan Jôkin (1268-1325). Hoje, a escola Soto tem nove subdivisões e possui aproximadamente 14 mil templos e monastérios.

O Zen Budismo no Brasil

O Budismo chegou ao Brasil na década de trinta, trazido pelos primeiros imigrantes chineses, japoneses e coreanos. E o fato de sua chegada ter sido um tanto tardia, propiciou uma situação única e bastante promissora, pois o Zen Brasileiro encontrou um terreno limpo, sem as influências encontradas nos países que já o praticam há muitos séculos e que por isso, acabaram por adaptar a doutrina às suas próprias culturas e necessidades.

Tendo a plena consciência do quão benéfico pode ser aos brasileiros, o aprendizado e a prática de acordo com os ensinamentos originais deixados por Shaquiamuni Buddha, os sacerdotes que atuam no país, têm-se esmerado para semear o solo fértil que se apresenta, com as sementes mais puras que conseguiram obter, através dos muitos anos de estudo e práticas.

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