Saudações:

Em homenagem e reverência profunda à minha Mestra de Ordenação e Treinamento, Venerável Shingetsu Coen Osho.
Que seu Corpo-Dharma, seja como um diamante inquebrantável.
Que tenha próspera longevidade e saúde ilimitada.
Que nenhum mal a atinja.
Que todos os seus esforços sejam recompensados.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Treinamento em São Paulo


Voltei do treinamento no Templo Taikozan Tenzui Zenji sob o comando marcial-amoroso da Monja Coen.

Em razão de meus afazeres e de minha insustentável condição financeira, não pude ficar mais tempo, uma semana é pouco, muito pouco.

Agradeço a notável paciência da Monja Waho que em nenhum momento poupou esforços em me fazer entender, compreender e realizar os inúmeros detalhes das cerimônias que se sucediam dia após dia, o fato de não ter aprendido, não tira seu mérito, é que sou incompetente mesmo...

A Monja Coen é uma mestra no verdadeiro sentido da acepção da palavra, vasta conhecedora do budismo tanto em sua parte prática como em sua doutrina e teoria consegue perceber e desenvolver as aptidões de cada um, sempre pronta a pontuar sem constranger cada qual no exercício de suas funções. É o que os textos chamam de “Mestre Correto”.

Há! Engordei 2 quilos... Hum!!! Será que: 1: Por aqui não comia direito, 2: Que minha comida não é lá essas coisas, 3: Que lá a comida é muito boa, 4: Todas as opções acima...

Muito aprendi, muito comi rsrs, pouco dormi rsrs, mas voltei mais feliz que pinto no lixo.

Agradeço as tudo e a todos por mais essa oportunidade.

Gassho.

                                      Iniciando a primeira parte da palestra.
                                        Antes de entrar na sala de cerimônia.
                                       Iniciando a segunda parte da palestra.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012




Caros companheiros do caminho, estaremos em recesso até o dia 16 onde voltaremos com nossas atividades normais.

O Ano do Dragão

2012 no calendário chinês está associado à uma criatura mítica - o Dragão.
Simboliza a sabedoria, a força, a saúde e a harmonia.
É colocado em cima de portas para espantar demônios e atrair sorte.
Na China Antiga, dragões eram também usados como guardiões dos tesouros.
Representa o 5º ano num ciclo de 12 anos do zodíaco chinês. Governado pelo elemento Água, cor preta, polaridade Yang, terá início em 23 de janeiro 2012 até 09 de fevereiro 2013.
Conta a lenda que Budha, pediu ajuda aos animais para reorganizar o mundo. Tão logo fez seu pedido, apareceu o Rato, disposto a ajudar. Em seguida, vieram o Boi, o Tigre, o Gato, o Dragão, a Serpente, o Cavalo, o Carneiro, o Macaco, o Galo, o Cão e o Porco. Agradecido pela imediata ajuda, Budha homenageou cada um dos animais, designando-o para governar um ciclo, num período de doze anos. O Coelho, como tinha aparecido por último, quando as nomeações já haviam sido feitas, ficou de fora. Ocorreu que, enquanto Budha meditava, o Rato, lhe levou comida, enciumado, o Gato o atacou e o comeu, como punição Budha retirou-lhe o ano, dando-o ao Coelho. Ficaram, então, os doze signos, que se revezam anualmente, conforme o ciclo lunar, cuja duração não é a mesma do horóscopo solar, pois o enquadramento de cada nativo é feito pelo ano de nascimento e não pelo mês.
O Horóscopo Chinês é diferente do Horóscopo ocidental, o ocidental é baseado no ciclo solar, enquanto que o chinês é todo baseado no calendário lunar.

As primeiras referências remontam há um período aproximado de 5.000 anos. É hoje um conjunto de conhecimentos compilado ao longo de 50 séculos, incorporado ao patrimônio cultural do Oriente e respeitado por todos os estudiosos que já o analisaram, percebendo sua lógica e sua imensa sabedoria.

Mas devemos tomar muito cuidado, o poderoso dragão não é lá muito prudente, não mede bem as conseqüências. Como o ano é regido por ele, vamos ter a tendência a pensar e a agir grande e, isso sabemos, acaba sempre em compras excessivas no cartão... Então, cuidado!
É um ano auspicioso, bom para casar, ter filhos, iniciar um novo negócio. Por outro lado, devemos olhar as coisas com calma, muito embora o afortunado dragão regue com a sua sorte indiscriminadamente a todos, não nos esqueçamos do Karma, pois se o dragão aumenta tudo, também aumentará a retribuição kármica de nossos erros.
O sucesso e as falhas serão ampliados de igual maneira.

No ano do dragão, as fortunas assim como as falências e desastres virão em ondas maciças. É um ano marcado por grandes surpresas e forças da natureza. Os temperamentos estarão exacerbados e todos acabarão se irritando ou revoltando com alguma coisa real ou imaginária. A atmosfera elétrica criada pelo poderoso dragão afetará a todos, individual e coletivamente.
Diz-se que algumas das qualidades do dragão são mágicas e estão contidas naqueles que nascem sob o seu signo. O poderoso e magnífico dragão nunca deixa de encantar e agitar a imaginação. O nativo do dragão estabelece os seus ideais cedo na vida e exige os mesmos padrões elevados e perfeição da outra pessoa que viva com ele. Coitado da esposa ou marido...
O dragão simboliza o imperador, o grande macho. Representa o poder, os nascidos nesse ano são conhecidos por limar os chifres do destino. Uma criança do dragão tenderá a agir com responsabilidade mesmo se for o mais novo na família. Frequentemente, as crianças mais velhas tratam os seus irmãos mais novos com mais autoridade do que os próprios pais.
Como o dragão é um forno de energia, sua impetuosidade, ânsia e zelo podem queimar como o fogo que ele solta pela boca. Tem o potencial para realizar coisas grandes, entretanto, a menos que contenha o seu entusiasmo prematuro, pode queimar-se todo.
Por ser muito poderoso é difícil de ser contestado, tende a intimidar todos aqueles que o desafiam. Um dragão irritado pode ser uma verdadeira tsunami. Mas o dragão também é fiel apesar do seu temperamento forte e de suas maneiras dogmáticas.
O dragão pode pôr de lado ressentimentos e vir prontamente salvar quem dele precisa, mas depois tem que estar preparado para escutar um severo sermão. O dragão raramente mede as palavras. Fala como um Imperador. Embora tenha as virtudes do discurso e da livre democracia, nem sempre faz aquilo que apregoa, sente-se acima da lei.
Como é forte e decisivo, adapta-se facilmente a regulamentos complicados, mas por ser demasiado confiante não percebe as possíveis armadilhas de seus desafetos. Mergulha sempre de corpo e alma na batalha, recusando-se a recuar mesmo perdendo. Como é orgulhoso, raramente pede ajuda e, sendo afoito se esquece de proteger a costas que é onde os covardes atacam.
É vital para a pessoa do dragão, ter uma finalidade, uma missão especial na sua vida, não considera saudável nem justo viver sem objetivos. Sempre tem uma causa para lutar, um objetivo a alcançar, uma briga eterna contra o mal. Sendo um determinado, ele fará as cruzadas, conduzirá a demonstrações, escreverá as cartas aos meios de comunicação, coletará milhões de assinaturas numa petição.
A mulher dragão é determinada e defensora dos direitos iguais para as mulheres. Os padrões e a discriminação despertarão as suas paixões mais selvagens.
O que um homem pode fazer, ela pode provavelmente fará muito melhor. Nunca a subestimem. Ela vai ganhar de você no seu próprio jogo, ou morrerá tentando. Enfrente uma mulher dragão e verá o que é uma boa luta.
Mulher de bom senso, veste-se sempre com roupas práticas e funcionais, poucos laços, tecidos delicados, botões e curvas. A roupa que veste fácil e lhe proporciona o máximo de movimentos, será sempre sua primeira escolha.
Com a auto-estima sempre elevada, a mulher dragão espera ser tratada e respeitada como uma divindade e fará tudo ao seu alcance para consegui-lo. Nunca se faz de vitima, nem pede favores. Pode resmungar muito, mas não consegue resistir em ajudar a quem precisa.
As circunstâncias do exato momento do nascimento afetará bastante a vida do nascido no ano do dragão. Uma criança nascida durante uma tempestade conduzirá a uma vida tempestuosa e perigosa não só pelo perigo em si como pelas experiências espetaculares. Uma pessoa nascida no dia em que o mar (o seu repouso ancestral) estiver calmo e o céu limpo, terá uma existência protegida e uma natureza amigável.

sábado, 7 de janeiro de 2012


Parte 20.

“Ao escutar a explicação de Buda, os oitenta e quatro mil presentes na Assembléia elevaram seus corações à Iluminação incomparável obtendo a mente Anokutara San Myaku San Bodai”

O sim e o não, o Nirvana e o Sansara, estão dentro de nós. A semente da iluminação já está lá dentro, não precisa vir de fora, ela não existe fora da mente. Essa semente é chamada de "Natureza Budha". Todo o nosso sofrimento origina-se de não reconhecermos as coisas como elas realmente são. Antes de alguma coisa se manifestar, achamos que ela não existe, muito embora um fenômeno que ainda não tenha se manifestado, esteja ali. O mundo, onde tudo de inclui é manifestação da mente. Por isso, ao escutarem as palavras do Budha, todos os presentes fizeram germinar as sementes da iluminação e retornaram a Natureza-Budha, a Anokutara San Myaku San Bodai – Iluminação insuperável, completa e perfeita.

Não podemos nos tornar outra coisa que não nos mesmos, e a menos que sejamos nós mesmos, nunca experimentaremos Anokutara San Myaku San Bodai (Iluminação Completa e Perfeita). A felicidade acontece apenas quando de uma roseira nascem rosas. Uma roseira que tenta ser uma camélia estará produzindo e experimentando sofrimento.

O Budha dizia que existem três esferas do ser:
1- A esfera do desejo,
2- A esfera da forma e,
3- A esfera da não forma.

Na esfera do desejo estão presentes o apego, a raiva a ilusão e a ignorância. Os seres presos nessa esfera sofrem muito, por estarem sempre correndo atrás das coisas. Quando passamos a viver de uma forma mais simples. Através da prática da meditação, diminuímos nosso apego e entramos na esfera da Forma. Nessa esfera, sofremos menos e experimentamos a felicidade.

Na esfera da Não Forma, o apego desmedido está ausente, só a Natureza-Budha existe e ela se manifesta de forma simples e tranqüila. Quando vivemos em Budha, toda a percepção das coisas e do mundo muda totalmente. Enquanto presos a concepções erradas, ficaremos estagnados nas esferas do desejo da forma e da não forma.

A finalidade da prática budista é transformar o sofrimento dessas esferas e etapas. Quando conseguimos, através de nossa prática regular, olhar profunda e verdadeiramente a natureza das percepções, percebemos como elas realmente são, com essa realização, diminuímos nosso apego. Com a diminuição do apego, saímos da esfera do desejo e entramos na esfera da forma. Praticando ainda mais, começamos a ver as percepções como elas realmente são; vazias, insatisfatórias e desprovidas de um “eu”. Entramos então na esfera da não forma. Nessa esfera o sofrimento ainda continua a existir, as percepções incorretas ainda não foram totalmente removidas e alguns desejos ainda continuam adormecidos nas profundezas da consciência. Se continuarmos praticando, dia virá em que ultrapassaremos essas três esferas, atingindo a mente de nirvana.
Foi exatamente isso que aconteceu com todos os que escutaram as palavras do Budha naquele momento.

Acabo por aqui meu estudo sobre o Capítulo XXV do Sutra da Flor de Lótus da Lei Maravilhosa – O Sutra da Grande Compaixão de kanzeon Bodisatva (Poema do Portal Universal de Kanzeon).

Que todos os méritos porventura conseguidos sejam imediatamente transferidos a todos aqueles que sofrem neste vasto mundo do Dharma.

 Que possamos todos clarificar o Caminho Iluminado.

Gassho.

Monge Taigen


terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Parte 19.

“Sempre para ser relembrada, sem nenhum pensamento de dúvida. Observador dos lamentos do mundo,”

Cada instante de consciência é único e perfeito. Manter esse estado é o mesmo que reverenciar Kannon. Na escola dos antigos (Theravada) a meditação é eventualmente chamada de Meditação da Lembrança, querendo dizer que devemos estar sempre nos lembrando de manter a mente no instante, no momento presente, no ato, na experiência vívida. Assim fazendo, estaremos sempre nos relembrando da maravilha que é o mundo, da interdependência de tudo e de todos. Como estamos vivendo no aqui-e-agora, não existem dúvidas, ou como diz o Sutra do Coração:
“... devido à sabedoria completa. Coração-mente sem obstáculos. Sem obstáculos, logo, sem medo. Distante de todas as delusões. Isto é Nirvana..”.

Logo depois o mesmo sutra fala:
“... Saiba que essa sabedoria completa é expressão de grande divindade, expressão de grande claridade, expressão insuperável, expressão inigualável, com capacidade de remover todo o sofrimento. Isto é verdade não é mentira!...”



“Puro e santo, em dor, tristeza, morte e calamidade, capaz de ser alívio e salvação íntegros. Perfeito em todos os méritos, com olhos de compaixão, observando a todos.” Infinito oceano de bênçãos! Quiçá poder reverenciá-lo.
Então o Bodhisatva Protetor da Terra levantou-se e indo em frente a Buda, disse:”

Nessa altura o Bodhisattva Protetor da Terra (Dharanindhara) levantou-se do seu lugar, chegou perto do Budha e disse:

"Honrado do Mundo! Saiba que não são poucos os méritos daqueles que ouvirem sobre as atividade superiores e os poderes transcendentais, em todas as direções, do Bodhisatva Kannon aqui entoados."

A felicidade é uma coisa tão inacreditável que sua existência parece uma coisa quase impossível. Olhando as pessoas no mundo temos a impressão de que o homem não pode ser feliz. Faça um teste. Se você fala que está deprimido, triste, cheio de contas para pagar e doente, todo mundo acredita. Agora se você fala que está feliz, alegre, com uma saúde de ferro, ninguém acredita.

Sigmund Freud, depois de 40 anos observando milhares de mentes perturbadas, chegou à conclusão de que a felicidade é uma ficção: O homem não pode ser feliz, no máximo, pode tornar as coisas um pouco mais confortáveis.

Como assim, será que um homem feliz não pode existir?
Hum!!! Olhando para o homem moderno, parece ser isso mesmo.
Budha diz que o homem pode ser feliz, tremendamente feliz.
Krishna canta canções dessa derradeira felicidade.
Jesus fala sobre a felicidade permanente no Reino de Deus.

Mas, como acreditar em tão poucas pessoas, contra toda uma massa de milhões e milhões de pessoas infelizes através dos séculos. Toda a história do mundo entremeada de sofrimento e miséria.

Como acreditar nessas poucas pessoas que afirmam que a felicidade existe? Como veio a acontecer que apenas poucas pessoas se tornaram felizes?

Se você parar com sua faina diária e olhar para as árvores, olhar para os pássaros, olhar para as estrelas, para o mar, para os rios, perceberá claramente que está tudo vibrando com tremenda alegria. Está tudo vivo e feliz.

E você, usando sua mente condicionada, me perguntará:
Então, a felicidade é uma “produção”da própria matéria com a qual a existência é feita. Se tudo na natureza é alegre e feliz? Porque somente o homem é tão infeliz.

Budha não estava enganado. E digo isso, não com a autoridade da tradição budista que tenho a honra de praticar; digo isso com a minha própria experiência. O homem pode ser feliz, mais feliz que os pássaros, mais feliz do que as árvores, mais feliz do que as estrelas porque o homem tem algo que nenhuma árvore, nenhum pássaro, nenhuma estrela tem. O homem tem consciência e livre arbítrio!

Entretanto, quando se tem consciência, duas alternativas são possíveis: você pode se tornar infeliz ou pode se tornar feliz. Você tem o livre arbítrio, pode escolher!

Você é puxado em tantas direções ao mesmo tempo em que sua mente fica dividida em mil pedaços: Um pedaço vai para o norte, outro para o sul, outro para o oeste etc.. Você está continuamente em conflito. Não sabe para onde deve ir porque você não é mais “um” com o mundo, perdeu o senso de direção.

Mas nunca é tarde. Você pode ter o controle de sua vida a qualquer momento.
Se você decidir, então a primeira coisa a fazer é: não ouça a voz dos seus parentes dentro de você, não ouça a voz dos seus professores dentro de você, não preste atenção em nenhuma voz em especial, ouça apenas a voz de Kannon.

Sente-se, feche os olhos e perceba que aquilo que você deseja, que você precisa, não pode te pertencer realmente, no máximo pode ficar com você durante algum tempo, mas dia menos dia o mundo o pedirá de volta.

Preste atenção nos seus desejos, nas suas necessidades, a vida não está nem aí para você, a vida é apenas a vida– perfeita, maravilhosa e completa, você é que não percebeu ainda que como produto dessa vida é da mesma maneira - perfeito, maravilhoso e completo. Então, como ainda não sabe disso, surge a confusão, o conflito.

Permita que o poder transcendental de Kannon opere seus milagres. Fique quieto, escute a voz do seu coração. A diferença entre a voz da mente e a voz do coração da mente é facilmente percebida. A voz de Kannon é muito silenciosa, muito baixinha. A da mente é muito barulhenta. A mente grita, Kannon sussurra.


segunda-feira, 2 de janeiro de 2012


Parte 18.

“Em disputas frente a um magistrado, ou com medo no campo de batalha. Se pensar no poder de Kannon, todos os seus inimigos se renderão!”

A mente é a raiz da qual todas as coisas aparecem, os frutos, os galhos, as folhas de uma árvore, dependem desta raiz. Se você alimenta a raiz da árvore, a árvore cresce e se multiplica. Se você corta sua raiz, ela morre. Aqueles que não entendem que é a mente que produz o mundo, vivem em vão. Todas as coisas boas e más vêem de sua própria mente. Nada existe fora da mente. Se sua mente for pura, não tem o que temer, mesmo estando em frente a um juiz, um delegado ou num campo de batalha, seja ele no real sentido da frase ou em um sentido hipotético.

Esse sutra contêm inumeráveis metáforas muito interessantes que devem ser estudadas e compreendidas corretamente. Devido ao fato das pessoas terem mentes superficiais, Budha usou o tangível para representar o sublime.

Aqueles que buscam a iluminação consideram seus corpos como fornalhas, o Dharma como o fogo, a sabedoria como a metalurgia, os preceitos e as paramitas como o molde. Eles fundem e refinam a verdadeira natureza búdica dentro de si e derramam-na no molde formado pelas regras da disciplina. Atuando perfeitamente de acordo com o ensinamento de Budha eles naturalmente criam uma semelhança perfeita. O corpo sublime e eterno não está sujeito às condições ou decadência. Se você procura a Verdade mas não aprende a fazer uma semelhança verdadeira, o que você usará no lugar?

Comparando a iluminação da consciência com a luz de uma lâmpada, aqueles que buscam a liberação vêm seus corpos como uma lâmpada, suas mentes como seu pavio, a disciplina como o óleo, e o poder da sabedoria como a chama. Acendendo a lâmpada da perfeita consciência elas dissipam toda escuridão e ilusão. E transmitindo esse Dharma para outros usam a lâmpada para acender milhares de outras lâmpadas.

E como essas lâmpadas acendidas da mesma maneira acendem milhares de outras lâmpadas, sua luz dura para sempre.


“Sua é a voz maravilhosa, voz de observador dos sons do mundo, voz de Brahman, voz de maré crescente, voz de todo o mundo!”

O som da vibração primeva do mundo é ON.
Maravilhoso é o som do vale sendo varrido pelos ventos. O som das águas recita repetidamente, como uma interminável ladainha o nome de Kannon. Se puder se sentar calmamente perto de um rio perceberá que o som produzido pelo barulho das águas é a voz de Kannon.

Kannon escuta todos os sons, seja do clamor dos seres sensíveis, seja do mugido da vaca que tranquilamente rumina a grama. Se nos concentramos nos sons de cada momento, se percebemos compassivamente os vários sons do mundo, nos transformamos em kannon.

Costumamos achar as desculpas mais esdrúxulas para não escutarmos sua voz. Alguns dizem que não acreditam nos ensinamentos; outros acham que não estão sintonizados ou que não possuem a capacidade necessária.

Quer acreditemos ou não no samsara, é aqui que estamos. Quer acreditemos ou não no Karma, nós o estamos criando a cada ação efetuada, a cada palavra proferida, a cada pensamento.

Quer acreditemos ou não em Kannon ela está sempre pronta a nos ajudar. Estejamos prontos ou não, a morte e as doenças vão nos atingir. Por que estamos sempre prontos para beber veneno, mas não para tomar remédio.

Não praticar depois de estabelecer contato com a doutrina é como comprar todos os ingredientes necessários para cozinhar sua comida preferida, ter um trabalho danado para deixá-la pronta, arrumá-las na mesa, e não comer.

Precisamos sentir a necessidade imediata de praticar agora mesmo, não apenas hoje, não apenas nesta hora, mas neste exato momento. Não espere o sofrimento chegar para começar a praticar.

Tudo o que acontece em nossa vida é parte do caminho. Provações se transformam em oportunidade para a prática. Aprendemos a aceitar as adversidades porque compreendemos que quando passamos por dificuldades, na verdade estamos depurando o Karma que produzimos. Uma única dor de cabeça pode purificar o que seriam centenas de anos de sofrimento em um dos reinos do inferno. Isso não quer dizer que devemos rejeitar a felicidade, devemos aproveitá-la e dedicar esse mérito aos outros seres, rezando para que a felicidade deles seja duradoura.