Saudações:

Em homenagem e reverência profunda à minha Mestra de Ordenação e Treinamento, Venerável Shingetsu Coen Osho.
Que seu Corpo-Dharma, seja como um diamante inquebrantável.
Que tenha próspera longevidade e saúde ilimitada.
Que nenhum mal a atinja.
Que todos os seus esforços sejam recompensados.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Poema do Portal Universal de Kanzeon Bodisatva - Parte 1



SADDHARMA PUNDARIKA SUTRA (SUTRA DE LÓTUS DA LEI MARAVILHOSA)
CAPÍTULO XXV
O SUTRA DA GRANDE COMPAIXÃO DE KANZEON BODISATVA.
(Poema do Portal Universal de Kanzeon Bodisatva).

Em homenagem a minha mestra de ordenação e ensinamentos – Monja Coen.

Parte 1.
Introdução:
O Saddharma Pundarika Sutra (em português - Sutra de Lótus da Lei Maravilhosa, em chinês - Miào Falián Huájīng, em japones - MyōhōRenge kyō) é um extenso texto composto de vinte e oito capítulos, é tido como um dos sutras mais populares e influentes do budismo mahayana.

Algumas tradições o consideram a transmissão mais importante do Budha Sakyamuni. Faz parte do cânone de muitas linhagens budistas e é o sutra fundamental das escolas japonesas Tendai e Nichiren. Sua importância é tal que algumas escolas budistas o utilizam como única referência em sua prática devocional, como a escola Nichiren Shu.

O sutra Já foi traduzido por centenas de estudiosos, de todas as traduções, a considerada mais precisa é uma versão de sete rolos escrita por Kunarajiva no ano de 406.

Na tradição Soto Zen Shu recita-se tradicionalmente os capítulos dezesseis (Poema da Longevidade do Tathagata) e o vinte e cinco (Poema do Portal Universal de Kanzeon Bodisatva).

O que vamos estudar aqui é o Poema do Portal Universal de Kanzeon Bodisatva.

Ao longo da história do budismo, um grande número de sutras budistas tem chegado ao nosso conhecimento. Essa extensa quantidade de sutras deve-se ao fato do Budha ter ministrado seus ensinamentos durante 45 anos, tendo efetuado, segundo declaram, oitenta e quatro mil ensinamentos.

Os sutras são a forma escrita das várias palestras, ensinamentos, conversas e detalhes da vida e obra do Budha Sakyamuni, eles abordam desde a forma de como devemos nos portar em sociedade até uma explicação minuciosa sobre a cosmologia do mundo, passando detalhada e minuciosamente por seus aspectos doutrinários, revelando assim uma filosofia completa de vida.

O Sutra de Lótus, devido a uma combinação de amplitude e detalhes, disserta sobre o potencial infinito da vida através de parábolas e descrições de acontecimentos surpreendentes e nos ensina como alcançar a mente de completa quietude (mente “una” ou mente original).

Essa mente “una” ou mente original, não é algo que se alcança, a possuímos desde sempre. Todavia, no surgimento de um único pensamento dualístico, ela se perde. Enquanto você lê esse texto e segue algum pensamento que esvoaça através da sua mente, o texto e você se tornam separados. Porém, quando interrompe essa distração e mergulha dentro das palavras, você e o que está escrito passam a ser um só. Quando aquele que lê e o texto se tornam um só, a pessoa e o mundo também se tornam unos. Quando você deixa de ser você e o mundo deixa de ser ele, ambos passam a ser “um” só – essa é a mente “una”.

O Sutra do Lótus nos mostra como é essa mente “una”.Ele também ensina que aquele que perceber completamente essa natureza se tornará um Budha.
Esta é uma linha muito interessante. O sutra não diz que você vai conseguir a iluminação em alguma “outra” vida, outra vida não é exatamente a próxima vida. Isto é só uma distinção que vem do fato de se usar palavras para descrever algo além das palavras. Não há nenhum lugar para nos tornarmos Budhas além de agora mesmo, aqui, neste exato momento. Isto não vai acontecer em nenhum outro lugar, em um outro tempo ou em outra vida. Um discípulo do Budha vive completamente o momento, essa é sua prática. Por estar aqui e exatamente agora, então, “próxima vida” significa este momento.
Você só tem este momento - próxima vida não existe. No momento da experiência, você já é Budha. Esta verdade é inestimável. Alcançar a mente “una” não é fácil nem difícil. No Zen não praticamos para nos tornarmos Budhas, quando praticamos já somos Budhas. Significa simplesmente que enquanto estivermos (a pessoa e o mundo) juntos e misturados, não há dentro ou fora, nem sujeito nem objeto. Neste momento, sujeito e objeto - BUM ! São um. Apenas faça e você já é um Buda.

Não percam a parte 2.

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