“Fez um voto vasto e profundo como os oceanos, Inconcebível
na sua eternidade”.
Kanzeon formula esse grande juramento, assistido por todos
os Budhas e Bodisatvas do passado do presente e do futuro. Todos somos Budhas
O Zen prosperou na China e depois no Japão, por causa dos
mestres que professaram grandes votos profundos, aqui no Brasil, temos a
possibilidade de estudar com a Coen Roshi, que tem como votos profundos dar a
conhecer por todos a maravilha que é o Zen Budismo, vasta conhecedora e
praticante incansável, segue perseguindo seus votos. Que possamos todos nós, a
seu exemplo, fazer o mesmo.
No quarto capítulo Shushogi está
escrito:
“Acordar a mente Bodhi significa fazer o voto de não
atravessar para a outra margem antes que todos os seres o tenham feito. Quer
laico ou monástico, quer vivendo no mundo de seres celestiais ou humanos,
sujeito à dor ou ao prazer, todos rapidamente devem fazer este voto”.
E você...Quais são os seus votos profundos....
“Foi ao servir infinitos Budhas que despertou para esse
juramento de grande pureza. Deixe-me brevemente explicá-lo.”
Ao recitarmos a linhagem dos Budhas e Ancestrais do Dharma,
percebe-se que antes do nome do Budha Sakyamuni, aparecem outros seis Budhas
(Bibashibutsu, Shikibutsu, Bishafubutsu, Kurusonbutsu, Kunagonmunibutsu,
Kashobutsu). Kanzeon serviu a todos esses Budhas e, conforme o Sutra, foi
enquanto servia a esses Budhas do passado que ela despertou para o enorme
sofrimento dos seres sencientes, então fez esses votos quase inconcebíveis, tão
vastos e profundos como os oceanos.
Segue o Sutra com o Budha enumerando os poderes
transcendentais de Kanzeon:
“Quem ouve seu nome, vê sua presença
E sempre o mantém no coração e na mente, poderá terminar com as tristezas da vida. Se alguma força do mal o jogar numa fogueira, pensar no poder de Kannon, transformará a fogueira em água”Diversas são as formas de invocar o seu nome: “Namu Avalokitesvara Bodhisattva” (sânscrito), “Namu Guanshiyin Bossatsu” (chinês),“Namu Kanzeon Bossatsu” (japonês), “Homenagem ao Bodhisattva Contemplador dos Sons do Mundo” (português).
No Capítulo X do Sutra (Os Mestres da Lei), o Budha admoesta o Bodhisatva Rei da Medicina sobre os quesitos para aqueles que queiram expor o Sutra de Lótus após a sua extinção:
“Este bom homem ou boa mulher deverá entrar no quarto do Tathagata, vestir o manto do Tathagata, sentar no trono do Tathagata e somente então expor este Sutra em prol da Assembléia aos crentes”.
O ‘Quarto do Tathagata’ é o sentimento de grande compaixão para com todos os seres viventes. Portanto, a compaixão é a primeira condição para o acesso a esse Portal e é representada por este Bodhisattva Contemplador dos Sons do Mundo - Kanzeon.
Quem ouve seu nome, vê sua presença. O que significa essa
frase.
Quando escutamos o nome de alguém, imediatamente a imagem
mental dessa pessoa surge em nossa mente, com todas as suas qualidades e
defeitos, da mesma maneira, ao pronunciarmos o nome de Kannon poderemos ver seu
corpo e sentir sua presença.
Escutar o nome de uma pessoa amada, alegra e conforta o
coração de quem ouve. Por isso ficamos tão felizes ao escutar a voz de um filho
que está longe ou de uma namorada que se encontra separada de nós. Nomes
possuem grande influência sobre a consciência, por isso é tão importante a
recitação sistemática desse Sutra.
Se nos concentramos no nome de alguém, podemos ver a pessoa
na sua totalidade. Escutar um nome desarquiva tudo que possuímos guardado em
nossa mente sobre essa pessoa. É como se estivéssemos acessando informações
arquivadas num dossiê em nossos arquivos mentais. Nossa atitude, respiração e
intenções se alteram em conformidade com os arquivos vão sendo acessados
Da igual maneira, ao vermos um plácido riacho e escutarmos o
murmúrio de suas águas, somos naturalmente imbuídos de grande paz e
tranqüilidade, além de percebermos a efemeridade e transitoriedade da vida. Mais é importante não cair no misticismo. Kannon está além da
forma física.
Na língua japonesa costuma-se dizer que Kannon é “Muso” –
Não aspecto, não forma, ela existe em todas as partes, em todos os lugares, em
todo o universo.
Não podemos enxergá-la com nossos olhos, não podemos ouvi-la
com nossos ouvidos, só podemos nos conectar com ela, quando estamos desprovidos
de desejos egoístas, do apego aos fenômenos sensoriais. Quando nossa mente não
é mais continuadamente invadida e perturbada por medos, inseguranças e
ansiedades.
Então se estamos devidamente alertas, vivendo o
aqui-e-agora, sem deixar passar nada em vão, podemos ver o corpo de Kannon e
escutar sua voz, assim nos libertando do vai-e-vem da alegria e sofrimento.
Quando percebemos que a vida é efêmera, a partir dessa
verdade podemos ver o mundo como ele verdadeira é, impermanente e impessoal.
Não percam a parte 9.
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