Já a concentração é
permanecer em um só ponto. Não é contemplar, não é pensar. É estar com a mente
direcionada em uma única coisa, sem permitir que a mente se mova.
No pensamento comum a
mente se move como um peixe fora d’água. Na contemplação, a mente louca é
direcionada, dirigida. Na concentração, a mente não tem permissão para se
mover.
No pensamento comum, a
mente se move para onde quer. Na contemplação ela se move para um lugar
determinado/direcionado.
Na concentração, ela
não se move, fica estacionada em um único ponto.
Entretanto, na
meditação, nenhuma forma de amarra, direcionamento ou focalização é permitida.
A meditação é não-mente.
Na concentração, a
mente tem licença para existir em um ponto único. Na meditação até mesmo esse
ponto e retirado, ela situa-se além do pensar e do não pensar.
No pensamento comum,
todas as direções estão abertas. Na contemplação, apenas uma. Na concentração
apenas um ponto está aberto (sem nenhuma direção).
Na meditação nada
existe, nem a mente, somente o momentum “aqui e agora”. O pensar comum é o
estado da mente normal. A meditação é o outro lado da margem, a maior conquista
que um homem pode almejar.
Tentemos compreender:
o que está acontecendo neste momento em sua mente? Está acontecendo um processo
ininterrupto de pensamentos!
Se você conseguir
diminuir um pouquinho essa pantomima mental, aos poucos, lentamente chegará a
não-mente. Mente significa pensamento; não mente significa, naturalmente, não
pensamento.
Se através da prática
assídua, seu processo de pensar, seus pensamentos estiverem se tornando mais
densos, enchendo sua cabeça, dificultando sua vida, deixando você distraído,
esquecido, então você estará indo à direção contrária da não-mente.
Se o processo de
pensar torna-se menos denso, se é diminuído, desacelerado, se você está mais
alerta, dormindo melhor, lembrando-se das coisas, você está no caminho certo,
está dirigindo no caminho da não-mente.
Depende somente de
você. A mente pode ser um grande auxílio. A mente é aquilo que você estiver
fazendo agora. Se você estiver vivenciando a experiência deste exato momento,
então você está na não-mente.
Devagar,
gradativamente, através do treinamento, você vai diminuindo a quantidade de
pensamentos em sua mente. Se apenas um por cento for retirado, sobram noventa e
nove por cento de pensamentos.
É, como se você
estivesse retirando móveis sujos, velhos, quebrados e sem serventia de sua sala
revestida com piso de ouro do mais alto quilate e lustres de pedras preciosas.
Quando você inicia
(com muito trabalho e determinação) a retirar a sujeira de sua sala, começa a
aparecer espaço. Quanto mais lixo você retirar, mais espaço você vai ter.
Quando após muito esforço conseguir tirar toda a sujeira, a sala se tornará só
espaço (vazio).
O espaço não foi
criado pela retirada dos móveis (leia-se pensamentos) o espaço sempre esteve
aí.
Se você retira alguns
pensamentos, ou usando uma linguagem mais atual, Quando você deleta alguns
arquivos inúteis, o espaço é criado, descoberto, recuperado.
Se continuar removendo
os pensamentos, aos poucos irá recuperando seu espaço original e acabará vendo
a verdadeira face de Deus (Ou como era seu rosto antes de seus pais nascerem).
Esse processo chama-se meditação.
Não deixe de ler a parte 3.
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